Entrevista do mês

Como havíamos dito, entramos com uma nova parceria e são do canal: EagoraKorea! *aplausos*
"So encontra novidades BoAs nesse blog"  Teuk
E aproveitando o gancho, iremos mudar o nosso quadro do mês relacionado a traduções de musicas corebas para "Entrevista do mês". 
Unnie como vai funcionar??
Serão entrevistadas diversos famosos como Lee Hyor.... mentira, mas sim as pessoas que vivem, cuidam ou até mesmo respiram coisas relacionadas a asia, desde cozinheiros, blogueiros, dançarinos, cantores que participam de diferentes eventos deste tipo na nossa linda internet.
E estreiando o grande quadro de entrevistas, obviamente o EagoraKorea!


1.       Como surgiu a ideia do Canal?
Andressa: A ideia surgiu da equipe anterior, durante a realização do chamado “LabX - Seoul”, um workshop realizado pela fundação Estudar que acontece em diferentes partes do mundo.
Tiago: Os brasileiros que estavam pra vir pra Coreia queriam montar um canal pra mostrar nossas experiências por aqui. Quando chegamos, entramos em contato com um canal que já havia sido criado por pessoas do edital anterior ao nosso. No fim, assumimos o canal deles depois que voltaram ao Brasil.
André: A equipe anterior idealizou o canal através de um programa promovido pela embaixada brasileira em Seul chamado "LabX", a principal razão para a criação do eagoraKorea foi a falta de informação sobre a Coreia do Sul por parte de canais do Brasil no Youtube, assim,  podemos mostrar o ponto de vista de estudantes brasileiros quanto aos assuntos abordados.
Nelson: Veio da equipe anterior, que fez Ciência Sem Fronteiras no edital passado. Eles foram num projeto da embaixada, chamo LabX, e lá eles desenvolveram a ideia de fazer um canal que mostrasse um pouco da Coreia para os brasileiros e pelos brasileiros.

2.       Quais foram as maiores dificuldades encontradas no outro lado do mundo?
Andressa: Adaptação com o idioma. Falar inglês com os coreanos e outros estrangeiros, demorou um tempo.
Tiago: Não saber coreano as vezes incomoda, é complicado não saber o que as pessoas falam o tempo inteiro. Achava que eles falariam mais inglês, mas são muito tímidos e têm medo de falar a língua por não se sentirem seguros com a pronúncia. A saudade de casa também dificulta as coisas em alguns dias…
André: A falta de comunicação é a maior dificuldade, pois a maioria dos coreanos não tem domínio ou não se sentem confortáveis falando inglês e meu coreano é BEM básico.
Nelson:A adaptação com a cultura deles, aqui o povo é bem mais fechado e isso me incomodou um pouco. A questão da língua também, mas menos do que eu imaginava.

3.       Como seus pais reagiram quando contaram que iriam se mudar para um país tão distante?
Andressa: Meu pai não teve problema algum, até me incentivou. Minha mãe é que foi bem mais relutante, demorou uns meses até ela se acostumar que eu iria para outro país.
Tiago: Sempre quis fazer intercâmbio na faculdade, e já tinha feito outro no colegial. Acho que meus pais já estavam acostumados com a ideia e levaram numa boa. Mas minha mãe sempre reclama que eu vim pra muito longe.
André: Inicialmente meus pais não gostaram da ideia, pois a Coreia é um país longe e que não se tem muita informação disponível quanto outros países; foram incontáveis as vezes que escutei "mas o que tem na de bom na Coreia?" e "eu teria escolhido um país europeu" hahaha.
Nelson: Eu sempre fui uma pessoa que buscou coisas diferentes para fazer, já tendo ir morar com a minha tia bem cedo por causa da faculdade, então eles já estavam acostumados com esse meu lado. Eles também sabiam que eu queria estudar fora, então quando eu falei que ia me inscrever pra ir para a Coreia eles levaram numa boa, ficaram muito animados e me deram bastante apoio.

4.       Qual foi o momento mais bizarro em que vocês já presenciaram na Coreia do Sul?
Andressa: Hmmmmmm… As fã girls, na minha opinião. Há coisas bem mais bizarras para outras pessoas, mas ver uma garota enchendo uma mala de cds para tentar um fansign, ou correndo pra cima e pra baixo em um hotel após descobrir que um dos grupos que ela gosta está no mesmo complexo, ou até mesmo vê-las caminhando ao lado do idol, puxando conversa, como se já os conhecessem… É bem bizarro pra mim.
Tiago: Uma vez fui numa casa de banho, aquelas saunas que são bem populares por aqui. Todo mundo ficava me olhando, por ter tatuagens e não ser estrangeiro. Foi bem constrangedor.
André: O momento mais bizarro que já passei  foi quando uma menina da minha sala falou DO NADA que minha barba era estranha… fiquei uns 10 segundos sem reação e terminei a "conversa" falando "ok, bye!".
Nelson: Ser perguntado por praticamente todo jovem que eu conheço se eu tenho namorada, e depois o porquê de eu não ter. Sério, isso me irrita MUITO. E é bem estranho, porque parece que todo mundo é tio/tia seu, credo.

5.       Qual o costume coreano mais estranho pra vocês?
Andressa: Comer kimchi. Eu particularmente não gosto de pimenta, e kimchi além de ser apimentado tem um cheiro bem forte que me remete a cebola (que também não gosto).
Tiago: Aqui na Coreia não é vergonha nenhuma ficar bêbado, o pessoal não tem pudor nenhum com isso. De madrugada, voltando pra casa, sempre vejo um monte de gente tropeçando, passando mal. O mais estranho é que eles dormem na rua mesmo, em qualquer lugar que seja possível deitar. Já vi gente dormindo em capô de carro, na escada do metrô, é tão seguro que quem passa mal dorme na primeira oportunidade sem medo de ser roubado.
André: Não sei se é um costume… mas, aqui na Coreia do Sul é culturalmente aceitável
"cuspir" na rua … um senhor já cuspiu no meu tênis hahaha.
Nelson: Pra mim é essa coisa de sair pra beber com todos do trabalho (inclusive chefes) e não ligar de ficar bêbado. Acho bem estranho… No Brasil é vergonhoso ficar bêbado né? Ninguém gosta de bêbado. Aqui é diferente, o povo não liga muito.

6.       Já chegaram a ouvir músicas brasileiras em algum estabelecimento por aí?
Andressa: Sim, toca em alguns cafés várias vezes, além de bares.
Tiago: Algumas festas tocam música brasileira, mas quase sempre sertanejo.
André: Várias vezes! alguns coreanos adoram a música brasileira, principalmente MPB.
Nelson: Sim! Tem um Starbucks aqui perto de casa que SEMPRE toca MPB.

7.       5 pontos positivos e os negativos de morar na Coreia do Sul.
Andressa: 
Negativos - Pimenta. Falta de aposentadoria. Falta de filtro social (os coreanos podem ser BEM honestos com algumas coisas, mesmo sem você perguntar a eles). Vídeos no youtube bloqueados (alguns vídeos você precisa confirmar sua idade para assisti-lo pois o seu conteúdo foi julgado impróprio para menores… E as vezes o que contem no vídeo é uma cena de beijo). A liberdade de fulmar em locais fechados (não são todos, mas em clubes e bares por exemplo, não há leis que proíbam os clientes de fumarem, apesar de ser um local fechado). 
Positivos - Comidas e roupas baratas. Transporte. Internet. Consumo rápido (a variedade de escolhas para um mesmo produto). Pedidos online (você pode viver sem sair de casa, toda loja, restaurante, etc, aqui você pode fazer um pedido de entrega online e chegará em um tempo hábil e satisfatório).
Tiago:
Negativos: A comida é realmente muito apimentada. Quem não gosta, como eu, tem um leque bem menor de escolhas pra fazer nos restaurantes. A Coreia não produz sapatos do meu tamanho. Calço 45 no Brasil e aqui tenho que usar sapatos que são 2 ou 3 números menores. A falta de contato físico, pra mim, é um ponto negativo. Sei que é uma questão cultural, mas pra mim, dar oi ou tchau pras pessoas sem nem um abraço é muito chato. O frio é bem difícil de suportar, durante o inverno. Fizemos algumas gravações com sensação térmica de -30 graus. Sinto falta do calor. O ritmo no país é muito puxado, tanto no trabalho quanto no estudo. Quem está acostumado com a calmaria brasileira sofre bastante, as vezes é até meio excessivo.
Positivos: O transporte público é muito bom. Sou de São Paulo, que tem as maiores linhas de metrô no Brasil, e mesmo assim, não chega aos pés do metrô aqui em Seoul.
A segurança também é um grande diferencial. Como eu disse, tem Coreano que cochila na rua depois de beber, e ninguém faz nada com eles. A estrutura das faculdades é muito boa. Estudar aqui e estudar no Brasil tem sido duas experiências totalmente diferentes. A comida é muito barata, comer em restaurantes as vezes sai mais em conta do que cozinhar em casa. Pra quem não sabe cozinhar, como eu, é um ponto bastante positivo. As lojas de conveniência estão em todos os lugares. Se quero comprar comida, cigarro ou alguma bebida, posso ir em qualquer uma, estão todas sempre abertas e são extremamente fáceis de achar.
André: 
Negativo - comida ser MUITO apimentada, povo local ser bem tímido e conservador em excesso, clima (verão e inverno) e o consumo EXCESSIVO de cigarros.
Positivo - transporte público, clima (outono), segurança, lojas de convêniencia e o fato de todo mundo se vestir super bem.
Nelson: 
Negativos: Questões sociais aqui, como machismo, homofobia, racismo etc. são pouquíssimo debatidos e isso me irrita bastante. Os coreanos sabem muito pouco sobre esses assuntos e muitos não têm o mínimo de interesse. Clima. Sério, não aguento tanto frio não. Não é meu mundo. Comida apimentada. Tipo, não seria tanto problema pra mim se quando você perguntasse “É apimentado?” eles respondessem certo… Sério, perdi a conta das vezes que me falaram que não era apimentado e eu quase morri. A questão deles serem muito na deles me incomoda um pouco também. Eu gosto muito do jeito brasileiro de ver alguém triste e ir perguntar o que aconteceu, ou tentar animar a pessoa, aqui não tem isso se não for amigo. Também me irrita eles esbarrarem nas pessoas e não pedirem desculpas. O conservadorismo em geral. Isso acaba tendo a ver com a primeira coisa que eu falei, das questões sociais também. A Coreia começou a se abrir mais pro ocidente agora, então é entendível, mas me incomoda ver esse conservadorismo imenso em relação a coisas como relacionamentos, papel da mulher no trabalho, sexualidade, sexo em si etc. E fica um contraste absurdo, pelo avanço tecnológico imenso daqui, olhando para o futuro, e o “atraso” social, olhando para o passado. (Deixando claro que esse atraso é em relação aos pontos que eu falei, não em relação a tudo, não me matem ;-;)
 Positivos: Segurança. Sério, vai ser a coisa que eu mais vou sentir falta, disparadamente. Poder andar na rua quando você quiser, sozinho ou acompanhado, sem medo NENHUM, é uma sensação inimaginável <3
Transporte público. Aqui é tudo muito conectado e rápido, você chega em qualquer lugar, de qualquer lugar, muito eficiente (:
Aqui dá pra comer na rua sem gastar muito dinheiro. Isso é ótimo pra quem é preguiçoso (que nem eu) e/ou não gosta de cozinhar.
Lojas de conveniência em todos os lugares e muitas vezes abertos 24h <3 Isso é maravilhoso pra quem fica acordado de madrugada que nem eu.
Aqui tem muitos PC Bangs, que são tipo Lan Houses só que baratas e ótimas. As telas são gigantes, cadeiras confortáveis e praticamente todo jogo online famoso de hoje em dia (e aqui na Coreia há uma variedade enorme de MMOs) por 1 dólar/hora. Isso é muito bom!

8.       Já assistiram doramas? Se sim, qual foi o que mais os fez chorar? E qual foi o que mais gostaram?
Andressa: Sim, assisti vários no Brasil mesmo. Chorar eu não lembro de ter feito em nenhum, mas sempre recomendo ao menos três; Goong, que foi meu primeiro dorama, Reply 1997, que me prendeu do início ao fim com a história, e Nice Guy, que além de ter uma trama incrível, gostei da atuação dos atores.
Tiago: Só assisti dois, Reply 1997 e o 1995, enquanto ainda estava no Brasil. Nenhum dos dois me fez chorar, mas achei o 97 mais legal.
André: Não gosto muito de doramas, mas já assisti alguns … "It's okay, that' love" é meu preferido! quase chorei com a atuação do D.O.
Nelson: Não =D

9.       Como os coreanos tratam os estrangeiros? Existe rituais de iniciação como cervejadas ou coisas parecidas?
Andressa: No geral eu acredito ter sido bem tratada até agora. Coreanos ADORAM beber, e quando eu digo ADORAM é do tipo de coisa que qualquer motivo é desculpa para beber álcool. Soju principalmente.
Tiago: Eu estudo numa faculdade feminina, sou o único homem da minha sala, então as coreanas, que já são bastante tímidas, ficam com mais vergonha ainda de falar comigo. Mas, por mais que não interajam muito, sempre fui bem tratado. Sobre rituais de iniciação, não sei responder, já que não costumo sair com o pessoal da faculdade. Os que conheço na rua, normalmente conheço quando já estou bebendo.
André: O tratamento que recebo em geral é quase sempre positivo, as únicas pessoas que "aparentam" não gostarem muito de estrangeiros são ALGUNS idosos. Quanto aos "rituais de iniciação" e afins, não sei responder se existem ... eu nunca fui convidado! hahaha
Nelson: Eles tratam bem! As vezes eles têm vergonha de chegar puxando assunto em inglês, porque acham que falam mal, mas depois que rola uma aproximação eles são super de boas, chamam pra sair e tudo mais. E sim! Eles adoram beber, já saí pra beber várias vezes com eles, mas não sei se chega a ser considerado um “ritual de iniciação”.

Você deve estar se perguntando: Vai ter parte II? YESU! CLARO! 

Unnie, que maldosa!
Não fiquem tristes, a segunda parte sai amanhã, no mesmo horário <3

popô :**